Por sua grande devoção à Virgem Maria e por ser pequenina, pobrezinha e abandonada, o Seráfico Pai São Francisco sempre dedicou uma grande estima a capela conhecida como “Santa Maria dos Anjos da Porciúncula”.

Numa noite de inverno de 1216, o Homem Seráfico pensava na conversão e na salvação dos pecadores quando foi inspirado para que entrasse na mencionada igrejinha. Enquanto se humilhava pensando que era um homem vil, um nada, Jesus lhe deu a coragem de pedir a graça que mais lhe agradava. E São Francisco, então, não pensou em si, mas em todas as almas e respondeu: Senhor, mesmo que eu seja um mísero pecador, peço que todos aqueles que, arrependidos e confessados, entrando nesta igrejinha, tenham o perdão de todos os seus pecados e a completa remissão das penas devidas às suas culpas.

Bartolomé Esteban Murillo. El jubileo de la Porciúncula, 1666

Disse-lhe, Jesus: Ó irmão Francisco, grande é a graça que me pedes! Todavia, conceder-te-ei esta graça se minha Mãe me pedir. Francisco, então, pediu a mediação da Virgem Maria, a qual com

sua súplica, seu Divino Filho concedeu-lhe a mencionada graça. O Senhor Jesus, porém, pediu-lhe ainda que apresentasse a mencionada graça da indulgência ao seu Vigário, o Sumo Pontífice, para que confirmasse. Foi o que, de fato, aconteceu com o Papa Honório III. O Papa perguntou a Francisco, se ele não queria nenhum documento. Francisco disse então: Santo Pai, se é de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas.

Assim, no dia 2 de agosto de 1216, o Seráfico Pai, na presença de bispos e de uma multidão extraordinária de fiéis, disse: Irmãos meus, quero mandar-vos todos ao paraíso! Anuncio-vos a indulgência que recebi da boca do Sumo Pontífice: todos vós que hoje vindes e todos aqueles que virão cada ano, neste dia com um coração bom e contrito, obterão a indulgência de todos os seus pecados.

Nascia assim o que se costuma chamar, depois e até hoje, de “Indulgência plenária da Porciúncula” ou de “Perdão de Assis”.

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