Presença do Santíssimo Sacramento em procissões havia sido proibida em 1908 por medo de tumultos.

Fonte: vaticannews.va/pt

Cidade do Vaticano

Desde 1908 que os católicos da Inglaterra e do País de Gales não podiam levar o Santíssimo Sacramento em procissão, por temor de que poderia provocar incidentes, mas “hoje vivemos em tempos muito diferentes”, explica o bispo auxiliar de Birmingham, Dom Robert Byrne, presidente da “Adoremus”, o Congresso Eucarístico que será realizada em Liverpool de 7 a 9 de setembro próximo.

O encontro será ocasião para que 5 mil pessoas, junto a todos os líderes cristãos de Liverpool, participem da procissão que concluirá o Congresso.

Os acontecimentos em 1908

Em 1908, o governo do primeiro-ministro liberal Herbert Asquith, temendo desordens, proibiu que o Santíssimo Sacramento fosse levado em procissões, pois associações protestantes mais extremas haviam invocado a legislação anticatólica.

O rei Eduardo VII acabara de assistir a uma Missa e aquela demonstração pública do catolicismo acabou gerando uma grave crise que obrigou o ministro do Interior Herbert Gladstone a renunciar.

A Igreja faz parte da sociedade

“Hoje vivemos em tempos muito diferentes” – explica dom Byrne –  “a Igreja Católica é parte da sociedade. Sua presença é muito mais difundida do que há cem anos e não é mais vista como uma ameaça estrangeira. Todos os líderes cristãos de Liverpool caminharão conosco durante a procissão que concluirá o Congresso. Atrás do Santíssimo Sacramento, o mesmo banido em 1908”.

Celebrar a fé

“Eu sugeri ao Cardeal Vincent Nichols, o primaz católico, para organizar um Congresso nacional, entre os dois Internacionais de 2016 e 2010 como uma oportunidade para os católicos reunirem-se para celebrar sua fé e para mostrar ao resto do país todas as coisas positivas que estamos fazendo para o bem comum da sociedade. Nos hospitais, nos projetos em favor dos  mais pobres e nas escolas de serviços, nas periferias como nos pede o Papa Francisco”, contou à Ag. Sir o bispo auxiliar de Birmingham.

“Depois dos anos difíceis dos escândalos de abusos no passado, podemos agora enviar uma mensagem positiva”.

O programa

O Congresso terá início no dia 7 de setembro com simpósio de reflexão do qual tomarão parte cerca de duas mil pessoas, entre professores, catequistas, leigos e padres.

Para o sábado, são esperadas até dez mil pessoas para a Missa na “Echo Arena“, em Liverpool, e para ouvir palestrantes como o bispo estadunidense Dom Robert Barron, bastante conhecido no mundo de língua Inglesa.

Uma das sessões que tem despertado grande interesse é aquela dedicada ao documento intitulado “Um pão, um corpo”, publicada pelos bispos em 1998.

“Procuramos oferecer um programa o mais amplo possível que responda às diversas exigências dos fiéis no campo da liturgia, da música e da catequese. Temos um comitê de cinco bispos que se reúne regularmente para organizar “Adoremus”, observa.

O Congresso se concluirá no domingo com a demonstração pública de fé eucarística na procissão com o Santíssimo Sacramento.

“Este é o momento chave do Congresso, quando caminharemos nas ruas de Liverpool por dois quilômetros, juntamente com cinco mil pessoas”, sublinha Dom Byrne.

Evangelizar uma sociedade sem Deus

Uma das necessidades mais importantes da Igreja Católica da Inglaterra e Gales é a evangelização, sublinha o prelado. “Vivemos em uma sociedade muito secularizada, sobretudo na Grã Bretanha onde já se esqueceu de Deus. Por detrás do programa liberal e tolerante se esconde uma ordem do dia profundamente antirreligiosa. Pretende-se banir a fé dos espaço públicos reduzindo-a a uma atividade privada. A religião organizada desafia o modo de pensar de nossa época.”

“Penso que o mais importante é encorajar os participantes na sua fé eucarística e o “Adoremus” é um excelente instrumento para alcançar este objetivo. A Eucaristia é a fonte e o ápice da nossa vida e a maneira pela qual Cristo está presente entre nós. Nossa fé cristã é construída sobre o relacionamento com Jesus e, através da Eucaristia, aprofundamos esse relacionamento”, concluiu o prelado.

(Com Ag. Sir)

#compartilhe